sexta-feira, dezembro 30, 2005

tolerância

Tolerância é o “apanágio da humanidade”, por isso, acrescentou Voltaire (França, 1694-1778), “é perfeitamente claro que cada homem que persegue outro homem, seu irmão, porque este não tem a mesma opinião, é um monstro”.
Que em 2006 não existam mais monstros!

terça-feira, dezembro 27, 2005

o Poder de poder

Um olhar mais atento pelo Poder omnipresente deixa a sensação de desprendimento, de existência de uma atitude de desprezo e aversão pelas “regras” instituídas para uso da autoridade. Abaixo os protocolos. Uma quasi maneira de encarar o Poder em versão ultra-light.
Uma vacuidade. Ou um Não-Poder. Quem sabe, gritos ao anti-sistema.

Mas será que é mesmo assim?
É que quando:
quem têm o Poder para decidir a compra de uma viatura escolhe a gama média/alta ou alta para seu uso, quando se podia optar por uma a metade do preço, ao mesmo tempo que aos trabalhadores autárquicos é-lhes oferecida um camioneta para os levar e trazer do local de emprego (a mesma que vai servir para outros trabalhos).
têm o Poder de decidir a escolha de telemóveis topo de gama, quando se podia optar por uns mais baratos.
recebem a totalidade das reformas estatais, por sinal bem chorudas, quando podiam doar metade das mesmas para uma instituição de solidariedade.
Para estes simples exemplos, já não há manifestação explicita e intransigente de defesa das igualdades, nem o desprezo e aversão pelas “regras" instituídas.
Mas assim não há espírito de Natal.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

no escurinho do cinema

O cinema português de quando em vez enche as salas.
O filme «Tentação» de Joaquim Leitão, com Joaquim de Almeida, em 1997 bateu recordes – 360 mil espectadores!
Outro, também muito apreciado em tempos, foi o «Kiss Me» de António da Cunha Telles. Nele fez furor a modelo Marisa Cruz.
Quem não se lembra daquela performance?

Agora, está na berra «O Crime do Padre Amaro», onde os portugueses podem descobrir os dotes da Soraia Chaves.
Este filme, em apenas 49 dias de exibição já tem uma média de 5 mil quatrocentos e tal espectadores...o que dará prá aí uns 200 e sessenta e tal mil.
Parece que muita gente gostou de ler este livro de Eça de Queiroz!
É que não dá para acreditar que tudo se deve apenas aquelas imagenzinhas promocionais da TV!

terça-feira, dezembro 20, 2005

país do medo

As pessoas têm medo de perder o emprego, têm medo que o filho não seja colocado, que não venha a obter o que procura”. Isto afirmou ontem o candidato presidencial Manuel Alegre no debate da TVI com Jerónimo de Sousa.
Se calhar só agora é que descobriu isso!
Porque em Avis já nas últimas eleições autárquicas foi soado que algumas pessoas recusaram integrar certas listas, pois caso o fizessem, seria certo e seguro que o/a(s) filho/a(s), a acabar o curso, não teria(m) hipótese de entrar prá Câmara.
É caso para dizer: o Medo tomou conta do nosso país!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

luzes de Natal

O Natal é algo muito especial para os crentes. Tanta ou mais “devoção” lhe dedicam os comerciantes. Se calhar, o espírito que prevalece nas sociedades de consumo é mesmo o que está ligado ao vende e compra.
Seja como for, independentemente das associações que se lhe queiram ou não fazer, o Natal é uma época especial.
Por isso, para assinalar esta festividade que mais ou menos invade os nossos corações, as vilas e cidades deste país e do Mundo, logo no início do mês de Dezembro, vestem-se de luzinhas e mais luzinhas, todas a piscar e que encantam os olhos das crianças e iluminam as esperanças dos mais velhos. Embora, também esta seja, em boa verdade, mais uma manifestação consumista! Mas, as nossas terras ficam mais brilhantes.
Este ano, todas menos Avis, que a uma semana da noite de Natal continua escura, como se o Menino Jesus não seja bem-vindo para estas bandas.

terça-feira, dezembro 13, 2005

palavra de Homem, palavra de Honra

[O NOME DAS COISAS, 1977]

Com fúria e raiva

Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada

De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse

Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, dezembro 10, 2005

li ber da de...

Cravos vermelhos, (sinónimo de Liberdade pós-25 de Abril), entre outras e outras e outras manifestações, fazem parte dum discurso muito soado em Avis.
Atentas, porém, outras manifestações, como os há muito usados «controlos» directivos de associações, ou a ilusão participativa de alguns gestos, que depois não se reflectem na vida dos cidadãos, fazem-nos meditar sobre o alcance da Liberdade que tanto se apregoa!
Quando uma simples eleição associativa, a quem ninguém ligava peta, só porque houve concorrência, fez invocar as velhas práticas controladoras para evitar resultados descontrolados! Então, deve-se perguntar: onde fica a Liberdade tão apregoada?

terça-feira, dezembro 06, 2005

o poder é inebriante

O poder é inebriante. Só isso justifica atitudes repletas de uma cegueira tonta e por vezes contagiante.
Doutra forma não se perceberia o que pode levar uma pessoa, ou várias, a concorrer a um acto eleitoral para um cargo até agora ocupado por elas mesmas, mas não exercido.
Para quem pouco ou nada fez durante anos, porque quererá continuar?
O poder só pode ser mesmo inebriante! E isso justifica a atitude.
Mas sendo verdade que a Associação de Pais não tem existência legal, como foi possível este tempo todo ser aceite pelo Conselho Executivo da Escola? Participar e discutir assuntos, alguns de melindre certamente, sem para tal ter uma investidura legal e legítima?

segunda-feira, dezembro 05, 2005

nem de propósito... a propósito do futuro!

«Não é possível inverter esta situação sem se apostar na regionalização. As câmaras municipais podem conseguir criar condições de vida às pessoas, mas não têm escala adequada para criar postos de trabalho», defende José Silva Costa, director da Faculdade de Economia do Porto e presidente da secção regional do Norte da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional.
Excertos de um artigo publicado no Expresso Emprego deste fim-de-semana, que tem como título: INTERIOR ‘afunda-se’.